Poesias Escondidas
domingo, 30 de dezembro de 2012
Esquecido
Aermo Wolf
Sou esquecido
Reconheço minha parcela de culpa
Quem não se adapta a esse tempo,
É esquecido e não pode reclamar
Recuso-me a curvar os joelhos
A aceitar imposições
Determinações
Verdades absolutas
Eu me recuso!
Portanto, pago um alto preço
O esquecimento me é relegado
Sou esquecido
Nasci em uma época a qual não pertenço
O relativismo moral não me seduz
Os modernismos não me encantam
Tenho qualidades que não são vistas
Talvez um dia eu seja notado
Talvez um dia seja visto
Mas queria que notassem a mim!
Não a uma suposta posição social
Queria que vissem o interior
A minha alma
Acho que peço demais
A posição social sempre estará à frente
Não vou mudar
Continuarei a ser quem eu sou
Até lá pago o preço...
Permaneço no limbo
Esquecido
sábado, 29 de dezembro de 2012
Alma Solitária
Cruz e Souza
Ó Alma doce e triste e palpitante!
que cítaras soluçam solitárias
pelas Regiões longínquas, visionárias
do teu Sonho secreto e fascinante!
Quantas zonas de luz purificante,
quantos silêncios, quantas sombras várias
de esferas imortais, imaginárias,
falam contigo, ó Alma cativante!
que chama acende os teus faróis noturnos
e veste os teus mistérios taciturnos
dos esplendores do arco de aliança?
Por que és assim, melancolicamente,
como um arcanjo infante, adolescente,
esquecido nos vales da Esperança?!
Ironia de Lágrimas
Cruz e Sousa
Junto da morte é que floresce a vida!
Andamos rindo junto a sepultura.
A boca aberta, escancarada, escura
Da cova é como flor apodrecida.
A Morte lembra a estranha Margarida
Do nosso corpo, Fausto sem ventura…
Ela anda em torno a toda criatura
Numa dança macabra indefinida.
Vem revestida em suas negras sedas
E a marteladas lúgubres e tredas
Das Ilusões o eterno esquife prega.
E adeus caminhos vãos mundos risonhos!
Lá vem a loba que devora os sonhos,
Faminta, absconsa, imponderada cega!
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
Imagem De Criança
Ligia Tomarchio
Rosto lambuzado de esperança
balões coloridos flutuando...
Estórias de castelos, princesas, reis, anões...
Casas de chocolate, bruxas, maçãs...
Mãos pequenas orando
agradecendo a vida de brincadeiras.
Seus bichinhos de pelúcia segredam
um dia repleto de aventuras.
No retrato emoldurado de lembranças
vê sua imagem distorcida
parecida com o espelho...
Centelha de memória!
Por quem espera tão ansiosa
menina brincando de esconde-esconde?
Olhe para si, entre na fantasia
descubra-se e sinta a liberdade!
Você e eu somos uma.
Mãe ou filha, qual a diferença...?
Feitas de sonhos, nossas vidas se unem
numa única voz: Criança!
domingo, 23 de dezembro de 2012
Diz Que Fui Por Aí
Zé Keti
Se alguém perguntar por mim
diz que fui por aí
levando um violão debaixo do braço
em qualquer esquina eu paro
em qualquer botequim eu entro
e se houver motivo
é mais um samba que eu faço
se quiserem saber se volto diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim
só depois que a saudade se afastar de mim
Tenho um violão pra me acompanhar
tenho muitos amigos eu sou popular
tenho a madrugada como companheira
a saudade me dói o meu peito me rói
eu estou na cidade eu estou na favela
eu estou por aí
sempre pensando nela
Você Não Entende Nada
Chico Buarque
Quando eu chego em casa nada me consola
você está sempre aflita
lágrimas nos olhos, de cortar cebola
você é tão bonita
Você traz a coca-cola eu tomo
você bota a mesa, eu como, eu como
eu como, eu como, eu como
Você
não está entendendo
quase nada do que eu digo
eu quero ir-me embora
eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo
e quero que você venha comigo
Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suita eu tomo
Bota a sobremesa eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você
tem que saber que eu quero correr mundo
correr perigo
Eu quero é ir-me embora
eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
e quero que você venha comigo
Sambou... Sambou
Joyce
Sambou sambou não descansou
Ficou zangada quando o dia clareou
Eu nunca vi sambar assim
Gosta de samba muito mais do que de mim
Sambou sambou não descansou
Ficou zangada quando o dia clareou
Eu nunca vi sambar assim
Gosta de samba muito mais do que de mim
Quando ouviu bater o tamborim
Não quis mais saber de chá chá chá
Pra rock twist ela diz não
Porque gosta mesmo é de sambar
Sambou sambou não descansou
Ficou zangada quando o dia clareou
Eu nunca vi sambar assim
Gostar de samba muito mais do que de mim
Sambou sambou ou
Sambou ô ô ô ou ô
Sambou sambou ô
Sambou ô ô ô ou ô
Sambou sambou não descansou
Ficou zangada quando o dia clareou
Eu nunca vi sambar assim
Gosta de samba muito mais do que de mim
Sambou sambou não descansou
Ficou zangada quando o dia clareou
Eu nunca vi sambar assim
Gosta de samba muito mais do que de mim
Quando ouviu bater o tamborim
Não quis mais saber de chá chá chá
Pra rock twist ela diz não
Porque gosta mesmo é de sambar
Sambou sambou não descansou
Ficou zangada quando o dia clareou
Eu nunca vi sambar assim
Gostar de samba muito mais do que de mim
Sambou sambou ou
Sambou ô ô ô ou ô
Sambou sambou ô
Sambou ô ô ô ou ô
sábado, 22 de dezembro de 2012
Quero Ficar Com Você
Maria Bethânia
Quero ficar com você
E é tão fundo
Que eu posso dizer
Que o fim do mundo
Não vai chegar mais
Quero ficar com você
E é a glória
Do saber querer
Com longa história
Pra frente e pra trás
Não quero que o nosso amor seja um buraco no não
Mas sinal na trajetória da vida e da canção
Marca de queda e vitória na palma da mão
Sombra, memória e porvir do coração
Não deixe que o nosso amor seja um corisco no caos
Mas passos da liberdade pisando seus degraus
Feitos de momentos bons e de momentos maus
De descobertas, de ventos, velas, naus
Preciso Aprender A Ser Só
Maria Bethânia
Ah, se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
Que sem nós dois o que resta sou eu
Eu assim tão só
E eu precisoaprender a ser só
Poder dormir sem sentir teu amor
E ver que foi só um sonho e passou
Ah, o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem
É tão triste, vê
Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Ah o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem
É tão triste, vê
Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Metades Inteiras
Flavia Barcellos de Passos
Conte-me verdades inteiras
Ou então mentiras enfeitadas
Mas não me venha com metades
Nem meia mentira
Nem meia verdade
Ou dá-me tudo
Ou não me dê nada!
Apresente-me todo o verso
Ou então toda a canção
Mas não me venha com meia estrofe
Não ouse me introduzir apenas ao refrão
Que venha com as vísceras e toda a vontade
E que inteiro seja o coração
Caso contrário, não se aproxime
Nem ao menos se mostre
Que eu prefiro a solidão!
Não gosto de metades
E não sou a metade também
Por isso, o que quero, quero inteiro
Quero completo e não parcial
Porque não vim a esse mundo para completar
Não vim para ser uma parte
Não vim para ser a metade
Ou para ser algo a ter que somar
Eu vim para não caber
É, assim mesmo como disse
Para não caber!!
E é por isso mesmo que transbordo...
Há Um Ruído De Asas Que Te É Próximo
Maria Teresa Horta
Os anjos alados
da memória
com as suas asas
de pérgula
e medronho
a voarem noite dentro,
pelo sonho
Serás de branco
despojada de tudo
à cabeceira
por detrás do meu ombro
anjo mudo
Serás de branco
despojada de tudo,
asas supostas
de ti
à minha beira
O pássaro cintilante
da tua nudez
(uma matriz calada)
Da tua nudez
Com os teus seios
de anjo
sob as asas
A tomares conta
da memória
És um pássaro – digo
És um pássaro
com penas
cintilantes
dos teus olhos
As tuas asas
de pétalas
tecidas com a luz
das penas
das asas que te crescem
Poisar um pouco
nos parapeitos
da memória
antes de recomeçar
o voo
de regresso a casa
Com as nossas asas
lúcidas:
translúcidas e pálidas
Deixa-me voar
por cima do teu
colo
até ir poisar
na tua alma
É a memória,
dos teus dedos pisados
nas asas dos meus ombros
Entrelaçados
Enlaçados
Como entranças
os sonhos
As tuas asas de prata
que atravessam a voar
o território
brando
das minhas lágrimas
Este
é o inconsciente
dos teus olhos
de águas postas – de águas sobrepostas
– rente
à meiga – à mansíssima
racha
do teu ventre
Em voo raso
perto da sua boca:
A ouvir a memória...
Há um ruido de
asas
que te é próximo
um odor a flor,
a framboesa
um sabor a leite
e a morango
numa uterina luz de penumbra acesa
Um pouco acima
dos teus olhos,
como um pássaro
a voar por dentro,
bem por dentro
do interior dos lábios...
do corpo
A parte que é
anjo
do teu corpo
e me procura a meio
da madrugada
Sobrevoando o lago
que é suposto
ser no meu sono
aquilo que calava
A parte que é
anjo
do teu corpo
e me visita
a meio da madrugada
descansando as asas
dos teus ombros,
a meu lado:
em cima da almofada
Voava,
com a memória
das asas
no sentido inverso
do silêncio
e do sono
Oiço atrás de mim,
o breve respirar
das tuas asas
– quase imperceptivel –
Um ligeiro arfar
Como a brisa a passar
por entre as casas.
domingo, 16 de dezembro de 2012
Não Vou Ficar
Teresa Cristina
Há muito tempo eu vivi calado
Mas agora resolvi falar
Chegou a hora, tem que ser agora
E com você não posso mais ficar
Não vou ficar, não (não, não)
Não posso mais ficar, não, não, não
Não posso mais ficar, não
Toda verdade deve ser falada
E não vale nada se enganar
Não tem mais jeito, tudo está desfeito
E com você não posso mais ficar
Não vou ficar, não (não, não)
Não posso mais ficar, não, não, não
Não posso mais ficar não
Pensando bem
Não vale a pena
Ficar tentando em vão
O nosso amor não tem mais condição
Não, não, não, não, não, não, não
Por isso resolvi agora
Lhe deixar de fora do meu coração
Com você não dá mais certo e ficar sozinho
É minha solução, é solução sim
Não tem mais solução, não, não, não
Não tem mais solução, não
Pensando bem
Não vale a pena
Ficar tentando em vão
O nosso amor não tem mais condição
Não, não, não, não, não, não, não
Por isso resolvi agora
Lhe deixar de fora do meu coração
Com você não dá mais certo e ficar sozinho
É minha solução, é solução sim
Não tem mais solução, não, não, não,
Não tem mais solução, não, não, não
Não tem mais solução não
sábado, 15 de dezembro de 2012
Arte Poética
Paul Verlaine
A Charles Morice
Antes de qualquer coisa, música
e, para isso, prefere o Ímpar
mais vago e mais solúvel no ar,
sem nada que pese ou que pouse.
E preciso também que não vás nunca
escolher tuas palavras em ambigüidade:
nada mais caro que a canção cinzenta
onde o Indeciso se junta ao Preciso.
São belos olhos atrás dos véus,
é o grande dia trêmulo de meio-dia,
é, através do céu morno de outono,
o azul desordenado das claras estrelas!
Porque nós ainda queremos o Matiz,
nada de Cor, nada a não ser o matiz!
Oh! O matiz único que liga
o sonho ao sonho e a flauta à trompa.
Foge para longe da Piada assassina,
do Espírito cruel e do Riso impuro
que fazem chorar os olhos do Azul
e todo esse alho de baixa cozinha!
Toma a eloqüência e torce-lhe o pescoço!
Tu farás bem, já que começaste,
em tornar a rima um pouco razoável.
Se não a vigiarmos, até onde ela irá?
Oh! Quem dirá os malefícios da Rima?
Que criança surda ou que negro louco
nos forjou esta jóia barata
que soa oca e falsa sob a lima?
Ainda e sempre, música!
Que teu verso seja um bom acontecimento
esparso no vento crispado da manhã
que vai florindo a hortelã e o timo...
E tudo o mais é só literatura.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Elogio da Dialética
Bertolt Brecht
A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante. Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar!
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De nós.
De quem depende a sua destruição? Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais".
domingo, 2 de dezembro de 2012
Eros & Psique
Fernando Pessoa
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino -
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Canção do Vento
Manuel Bandeira
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de frutos, de flores, de folhas
O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...
E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de aromas, de estrelas, de cânticos
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
cada vez mais cheia
de tudo
Tu Que Me Deste O Teu Cuidado...
Manuel Bandeira
Tu que me deste o teu carinho
E que me deste o teu cuidado,
Acolhe ao peito, como o ninho
Acolhe ao pássaro cansado,
O meu desejo incontentado.
Há longos anos ele arqueja
Em aflitiva escuridão.
Sê compassiva e benfazeja.
Dá-lhe o melhor que ele deseja:
Teu grave e meigo coração.
Sê compassiva. Se algum dia
Te vier do pobre agravo e mágoa,
Atende à sua dor sombria:
Perdoa o mal que desvaria
E traz os olhos rasos de água.
Não te retires ofendida.
Pensa que nesse grito vem
O mal de toda a sua vida:
Ternura inquieta e malferida
Que, antes, não dei nunca a ninguém.
E foi melhor nunca ter dado:
Em te pungido algum espinho,
Cinge-a ao teu peito angustiado.
E sentirás o meu carinho.
E sentirás o meu cuidado.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Mulher
Florbela Espanca
I
Um ente de paixão e sacrifício,
De sofrimento cheio, eis a mulher!
Esmaga o coração dentro do peito,
E nem te doas coração, sequer!
Sê forte, corajoso, não fraquejes
Na luta: sê em Vénus sempre Marte;
Sempre o mundo é vil e infame e os homens
Se te sentem gemer hão-de pisar-te!
Se à vezes tu fraquejas, pobrezinho,
Essa brancura ideal de puro arminho
Eles deixam pra sempre maculada;
E gritam então vis: "Olhem, vejam
É aquela a infame!" e apedrejam
a pobrezita, a triste, a desgraçada!
II
Ó Mulher! Como é fraca e como és forte!
Como sabes ser e desgraçada
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma estorce amargurada!
Quantas morrem saudosas duma image
Adorada que amaram doidamente!
Quantas almas endoidecem
Enquanto a boca ri alegremente!
Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca o confessarem a ninguém
Doces almas de dor e sofrimento!
Paixão que faria a felicidade
Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!
A Vida É Copia Da Arte
Wally Salomão
Areia
Pedra
Ancinho
Jardins de Kioto
Alucinado pelo destemor
De morrer antes
De ver diagramado este poema
Ou eu trago Horácio pra cá
Pra Macaé-de-Cima
Ou é imperativo traí-lo
E ao preceito latino de coisa alguma admirar
Sapo
Vaga-lume
Urutau
Estrela
Nestes ermos cravar as tendas de Omar
Ler poesia como se mirasse uma flor de lótus
Em botão
Entreabrindo-se
Aberta
Anacreonte
Fragmentos de Safo
Hinos de Hörderlin
Odes de Reis
El jardín de senderos que se bifurcan
Jardim de Epicuro
Éden
Agulhas imantadas & frutas frescas para a vida diária.
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