Poesias Escondidas
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
A Roda Morreu
João Cavalcanti & João Fernando
A roda morreu
O samba parou
Só sobrava eu
Quando o sol chegou
E invadiu
Meu olhar
Ainda embalado
Pelo embriagar
Encontro refúgio no colo do copo
Troco a tristeza por celebração
Não saio da festa até perder o foco
Tropeço nas pernas dessa solidão
Já sou tarimbado em cair na calçada
Já vendi fiado minha humilhação
No ato da queda já não sou de nada
Até recobrar a razão
Entrego a alma
No corpo da cama
Levanto com calma
A roda me chama
Entrego a alma
No corpo da cama
Levanto com calma
A roda me chama
Chegou
Na vibração dos tambores
Na resposta das pastoras
No povo todo a cantar
E na ilusão
Do balcão do bar
Finjo que o tempo já é bom pra sonhar
Chegou
No romper da madrugada
Já não preciso de nada
Pra garantir o meu bem-estar
Mas meu coração
Sabe onde está
Toda solidão que me faz chorar
Pranto de Poeta
Cartola
Em Mangueira
Quando morre
Um poeta
Todos choram
Vivo tranqüilo em Mangueira porque
Sei que alguém há de chorar quando eu morrer
Mas o pranto em Mangueira
É tão diferente
É um pranto sem lenço
Que alegra agente
Hei de ter um alguém pra chorar por mim
Através de um pandeiro ou de um tamborim
Maravilhas Banais
Gonzaguinha
Um gato olhando a vida através da vitrine
Com certeza vai morrer de tédio
E médio, é morno, e chato, é banho-maria
Com certeza suicídio prévio.
Arrisco e altero a batida do meu coração
Petisco e provo do gozo da mais pura emoção
Armadilhas, curvas da trilha, ilhas de amor
Fantasias
Viagem total nas possibilidades do absurdo total
Viver vegetal tão somente me desanima
Esquinas só servem se a gente dobrar
E esbarrar no que ainda não viu
Maravilhas banais - sempre iguais
sempre diferentes quentes mais gentes.
A ponte, o fonte, o santo elixir do futuro
as pessoas o banal mistério
O gato olhando a vida através da vitrine
é piada e é assunto sério.
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