Arrigo Barnabé
Certo dia houve uma noite
De total e profunda escuridão
Numa gruta da floresta
O pavor tinha um som de berimbau
Joelson tocava
Tremia e não calava
Chamando a morte pro seu chão
Xamã de seu proprio medo
Só sabia que tinha que viver
Se o combate era o segredo
Mataria esse medo de morrer
A lua fugida
Levoua luz da vida
Capoeira na escuridão
Só um olho clareava
No estalo da pedra com o facão
E o negro soluçava
Enfrentando o escuro do clarão
O corte no dedo
Levouembora o medo
Tornando toda noite azul
Poesias Escondidas
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Crotalus Terríficus
Arrigo Barnabé
Meu nome eu não sei na verdade
mas como se pode notar
amor em mim não falta
Espalho sonho entre aqueles de bem
como um flautista o som de sua flauta
e muitos pensam que sou o mal
mas sem provocar ninguém, aceito apenas as rimas
de minha natureza estranha, sensível e sensual
minha vida é minha, não tenho idade
e nao sendo linda as vezes um imóvel grito de dor emito
e morro de ciumes por quem não me ama
e desapareço, ando só
é quando se pode sentir que sou humana
mas se eu me mexer e sair e tremer meu chocalho
é meu destino envolver umidamente os homens distraídos
marcá-los deixando meu veneno em suas vidas.
Crotalus Terríficus
me chamam certos senhores com malícia
mas eu sou mística, não tenho nada de racional
sou apenas uma cascavel no gosto popular.
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