Poesias Escondidas


Uma pequena demonstração do amor pela nossa língua e nosso idioma, mesmo quando a poesia ou a letra de música for de autoria de um estrangeiro, sendo ou não radicado no Brasil, só serão publicadas as traduções ( caso o idioma não seja a língua portuguesa )...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Copacabana

Edu Lobo

Existem praias
Tão lindas
Cheias de luz
Nennuma tem o encanto
Que tu possuisTuas areias
Teu céu tão lindo
Tuas sereias
Sempre sorrindo

Copacabana
Princesinha do mar
Pelas manhãs
Tu és a vida a cantar
E à tardinha
Ao sol poente
Deixas sempre
Uma saudade na gente
Copacabana
O mar eterno cantor
Ao te beijar
Ficou perdido de amor
E hoje vive a murmurar
Só a ti Copacabana
Eu hei de amar

Amor & Medo

Casimiro de Abreu

Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
"Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"

Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...

Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.

O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair das tardes,
Eu me estremece de cruéis receios.

É que esse vento que na várzea — ao longe,
Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
Soprando um dia tornaria incêndio
A chama viva que teu riso ateia!

Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
Cedendo ao raio que a tormenta envia:
Diz: — que seria da plantinha humilde,
Que à sombra dela tão feliz crescia?

A labareda que se enrosca ao tronco
Torrara a planta qual queimara o galho
E a pobre nunca reviver pudera.
Chovesse embora paternal orvalho!

Ai! se te visse no calor da sesta,
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...

Ai! se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio,
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos — palpitante o seio!...

Ai! se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala, a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...

Diz: — que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descalça,
Criança louca — sobre um chão de brasas!

No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!

Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço,
Anjo enlodado nos pauis da terra.

Depois... desperta no febril delírio,
— Olhos pisados — como um vão lamento,
Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
Eu te diria: desfolhou-a o vento!...

Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito!
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Doce Recordação

Cy Mrzepka

Dedilho algo no piano e meu pensamento volita
em algum lugar que já estive no meu passado.
Fecho os olhos com saudade e , então penso,
o ontem em relação ao hoje... está tão distante.

Ontem , eu tinha uma menina tão linda , brejeira,
de cabelos lourinhos e olhos azuís, encantadores,
que brincava comigo pela casa...parece que ouço
seus gritinhos contagiantes - "NÃO PARE, MAMÃE"

Hoje, que passou tão rápido em relação ao ontem,
me encontro, no momento, tão só na recordação
e muito envolvida nesse pensamento engraçado.
O tempo galopou com seu alazão e me tornou vovó .

Obra Inacabada

Cy Mrzepka

Sempre entendi teu olhar
fascinante que me enviava
mensagens não codificadas,
pois nunca foi segredo
o que sentias por mim.

E, eu tão prontamente
com mãos de artista,
esculpi muitas vezes
o teu corpo sem o cinzel.

A obra?
A obra ficou inacabada...
volta, ainda dá tempo...
para terminar !